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A origem e a evolução dos desfiles de moda

Você já se perguntou como começou a tradição mais famosa da moda? Hoje vou te contar como a inovação virou tradição e evoluiu para o show que é atualmente. Então pega a taça de vinho e venha em uma viagem no tempo comigo desde a criação até a evolução dos desfiles.


Pinterest Photo

Tudo começou em 1860 com o designer de moda inglês Charles Frederick Worth (considerado o pai da alta-costura), para valorizar suas criações, ele usou modelos para usá-las e apresentá-las a compradores no Hipódromo de Longchamp em Paris, ao invés de manequins. No início do século XX cada um procurava um jeito único de apresentar suas criações, Paul Poiret lançou uma série de bailes luxuosos onde os convidados tinham que se vestir da melhor forma possível, um de seus bailes em particular marcou história.


Paul Poiret's oriental dress for the play "The Minaret", on 1923

Festa das Mil e Segundas Noites, era o nome da festa que aconteceu em 24 de junho de 1911, o plano de Poiret (sem informar aos seus 300 convidados) era realizar um desfile com suas criações de luxo e seus convidados seriam seus modelos. Nessa ocasião apresentou vestidos com abajures e calças de harém. No convite estava especificado que cada convidado deveria ir vestindo roupas persas, e se recusassem ou não fossem caracterizados não poderiam adentrar a festa, ou poderia vestir um das criações de Paul Poiret. O estilista era o sultão da noite e presenteou cada convidado com um frasco da sua nova fragrância, “Nuit Persane”.

Em 1920 os desfiles ganharam popularidade e notoriedade, e a cultura da primeira fila dos desfiles começava a aparecer, mas foi somente após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, que foram ser regulamentados. O Syndicale de la Haute Couture estipulou que todas as casas de alta costura deveriam apresentar sazonalmente pelo menos 35 peças, noturnas e diurnas.


Desfile La Corolle, Christian Dior, 1947

Existe um fato interessante, ao contrário do que se pensa, nessa época o polo da moda mundial era Nova York que começou com suas semanas de moda em 1943, já Paris teve sua primeira semana de moda reconhecida em 1973. A capital francesa começou sua virada no jogo com sua arma secreta: Christian Dior. Em 1947, com o lançamento da primeira coleção da Dior intitulada La Corolle, essa coleção foi a responsável por afastar os efeitos da guerra na moda e trazer glamour, volume e feminilidade de volta aos ateliês. Inclusive foi o primeiro desfile a permitir a entrada de fotógrafos, o que até então era estritamente proibido devido ao medo que os estilistas tinham de ter suas criações copiadas.


Yves Saint Laurent and his creation in 60's

As coleções, até então, eram somente de alta costura, modelos feitos sob medida com uma extensa lista para encomenda. Mas na década de 60, Yves Saint Laurent lança uma tendência que seria amplamente adotada pelas marcas depois disso, as coleções prêt-à-porter (pronta para vestir, conhecemos mais pelo termo em inglês redy-to-wear).

O desfile mais caro da história aconteceu em 1990, com Thierry Mugler, para comemorar os 20 da marca, o estilista gastou 20 milhões de dólares no desfile que aconteceu no teatro parisiense “Ópera Comique” e teve um show do Chirs Brown, além de top models e personalidades da época.


YSL Outono - Inverno 1996

Em 10 de julho de 1996, Yves Saint Laurent inova de novo ao permitir que seu desfile de outono - inverno 97 fosse transmitido ao vivo no site Fashion Live (o site hoje é fora do ar). Ele causou polêmica ao ser o primeiro a permitir a transmissão de seu desfile em tempo real, porém pouco tempo depois a ideia foi reproduzida pelo austríaco Helmut Lang, ao optar por cancelar a passarela tradicional e realizar seu desfile exclusivamente na internet.

Após os anos 2000 esse conceito se ampliou se tornando até mesmo chá para fins beneficentes. Parando para estudar a história dos desfiles e sua evolução, creio que ainda estamos presenciando sua expansão, porque sua regulamentação é recente quando comparada com a história da humanidade.

Os desfiles foram de um evento exclusivo para compradores, para eventos grandiosos regados a necessidade de gritar mais alto do que a marca ao lado, qual será seu futuro? Vejo muito barulho e às vezes uma certa ansiedade motivada ao desespero da venda, ser mais rentável cada dia mais porque os executivos estão pressionando. Será que a criatividade sobrevive a essa pressão? Penso que ainda estamos vendo essa história se desenrolar.

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